quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Classicismo

o Renascimento foi um amplo movimento econômico/ cultural e científico/ surgido na Itália/ em fins da Idade Média/ e que rapidamente se espalhou por toda a Europa/ onde se vivia sob o seguinte contexto: necessidade de caminhos marítimos para o Oriente/ em busca de especiarias; grande avanço científico/ que proporcionou as grandes navegações; a nova concepção do homem e o questionamento de algumas práticas da Igreja Católica. Nesse período/ houve um notável florescimento das artes/ que substituíram o primitivismo medieval pela noção de perspectiva/ pela multiplicação das cores e pelo maior equilíbrio com que as formas humanas passaram a ser retratadas. Desse mesmo modo/ a literatura clássica também refletiu um espírito novo/ mais centrado no ser humano/ nos seus problemas e nas suas conquistas. Essa visão antropocêntrica/ na verdade/ não surgiu pela primeira vez no Renascimento/ pois os antigos gregos já tinham construído uma sociedade baseada nela. Daí o nome Renascimento - uma associação ao ressurgimento de alguns valores que haviam caracterizado a cultura greco-romana clássica.

À luz dessas idéias, iniciou-se, no século XVI, o movimento literário chamado Classicismo.

Em Portugal, o Classicismo teve como marco inicial o ano de 1527, com o retorno de Sá de Miranda da Itália, e como marco final, 1580, ano em que Portugal passou para o domínio espanhol. Sá de Miranda traz até seu país um novo ideal de poesia: a medida nova - os sonetos de versos decassílabos, já cultivados por Dante Alighieri e Petrarca na Itália.

CARACTERíSTICAS DO CLASSICISMO


1. Imitação dos autores clássicos gregos e romanos da antigüidade, como Homero, Virgílio, Ovídio, etc., valorizando, além do soneto, as epopéias.
Observe a semelhança entre os primeiros versos de Os Lusíadas (Camões, século XVI) Eneida (Virgílio, antigüidade Clássica).
Os Lusíadas
As armas e os barões assinalados, Que da ocidental praia lusitana, Cantando espalharei por toda parte.
ENEIDA
Canto as armas e o varão Que foi o primeiro a vir Das praias de Tróia.

2. Uso da mitologia
Os deuses e as musas, inspiradores dos clássicos gregos e latinos, aparecem também nos clássicos renascentistas.
Por exemplo, em Os Lusíadas, Vênus (a deusa do amor) e Marte (o deus da guerra) protegem os portugueses nas suas conquistas marítimas, ao passo que Baco (o deus do vinho) tenta atrapalhá-Ias e destruí-Ias

3. Predomínio da razão sobre os sentimentos
A linguagem clássica não é subjetiva nem impregnada de sentimentalismo e de figuras, porque procura filtrar, através da razão, todos os dados fornecidos pela natureza e, desta forma, expressar verdades universais.

4. Uso de uma linguagem sóbria, simples, sem excessos de figuras literárias

5. Idealismo: busca da perfeição estética, da pureza das formas e dos ideais de beleza.
Os clássicos abordam como tema o homem ideal, liberto de suas necessidades diárias, comuns. Os personagens centrais das epopéias são apresentados como seres superiores verdadeiros semideuses, sem defeitos.
Por exemplo, Vasco da Gama, em Os Lusíadas, é um ser dotado de virtudes extraordinárias, incapaz de cometer qualquer erro, admirado pelos próprios deuses

6. Amor platônico
Os poetas clássicos revivem a idéia de PIa tão de que o amor deve ser sublime, elevado, espiritual, puro, não-físico.
Amor é brando, é doce, é piedoso; Quem o contrário diz não seja crido.
Camões

7. Busca da universalidade e impessoalidade
A obra clássica torna-se a expressão de verdades universais, eternas, e despreza o particular, o individual, aquilo que é relativo.
Epopéias são poemas longos sobre feitos grandiosos e heróicos, como foram as grandes descobertas marítimas dos portugueses. São epopéias famosas da antigüidade clássica:
Ilíada e Odisséia, de Homero; Eneida, de Virgílio; e na Idade Moderna temos Os Lusíadas, de Camões.

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